- Terça-feira, 13 Julho 2010 / 2:28
Serra cai e não tem saída
De Renata Lo Prete, da ‘Folha’:
“O Datafolha que aponta estreitamento da diferença, já na vizinhança da margem de erro, entre José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) fatalmente aumentará a especulação sobre a perspectiva de desistência do governador paulista. Sua porta de saída, porém, tornou-se minúscula. Crescerá também a pressão tucana para que Aécio Neves aceite ser vice de Serra. Longe de microfones, até os petistas reconhecem que essa possibilidade é real, mas, numa direção ou em outra, não é assunto que vá se resolver agora.
Por fim, o resultado irá acelerar a retirada do oxigênio de Ciro Gomes (PSB). Os números desautorizam o discurso de que sua presença seria necessária para garantir a passagem de Dilma ao segundo turno.
Previsão de um cardeal petista: “O mais provável hoje é que Ciro não seja candidato nem a presidente nem a governador”.
Ao mesmo tempo em que caiu a intenção de voto espontânea em Lula e subiu a de Dilma, cresceu o percentual de eleitores indecisos na pergunta não estimulada: eles são hoje 58%, contra 47% no Datafolha anterior.
A maioria dos eleitores que declaram preferência partidária pelo PMDB, que negocia aliança com o PT em torno da candidatura de Dilma, opta por Serra (46%). A petista arrebata 20% nesse segmento.
Apesar do afunilamento da diferença entre Serra e Dilma no populoso Sudeste, é nessa região que a candidata de Lula atinge seu pico de rejeição: 27%. O recorde do tucano se dá no Norte e no Centro-Oeste: 29%.
Observação do círculo próximo da ministra: Dilma se solta mais nos compromissos de campanha quando não acompanhada por Lula. A presença do presidente no palanque, não obstante outros benefícios, ainda a intimida”.